Carretera Austral…>>

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Ataquei o alcatrão até Coihaique num ritmo rápido, a sentir o puro prazer da condução em montanha. Na cidade aguardava-me a pasmaceira de um domingo deserto, e a ameaça de chuva iminente. O quarto não tinha sequer mesa, mas estava quente e deu para secar o que vinha no meu saco da traseira. As ondas da travessia do ferry puseram-no à prova e não se portou nada bem. É uma falha grave, um risco assumido na preparação da viagem, quando o orçamento já derrapava e o tempo para cada decisão era escasso. Consegui convencer a dona do hostal a preparar qualquer coisa de comer, faltava-me a energia para procurar um sítio barato decente. Mesmo avisado, não paro de me surpreender com os preços exagerados do Chile.
Acordei com o sol a querer espreitar, mas não passou disso. Avancei pela Carretera Austral que seguia o rio em direcção a norte. Chuviscava um pouco. Mais uma vez gostei de ver que o asfalto ultrapassava a indicação no mapa e seguiram-se uns bons quilómetros de obras, ora alcatrão, ora terra bem batida. Mas a seguir a Mañihuales foram-se as obras, o alcatrão, a terra bem batida. Ficou uma linha estreita, enrugada e pintalgada de buracos. Muitos e muito redondos. Eram mais do lado da parede da falésia, onde caíam as pedras, o que me obrigava a seguir sempre pela esquerda. Os raros veículos não pareciam importar-se. A chuva, contínua, ...
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